por Rafael Gonzaga
Aos 10 anos, Wes Nunes começou a fazer quadrinhos para imitar o irmão, que já ilustrava de forma amadora. Na época, foi a forma que ele encontrou para não se sentir tão sozinho e deslocado no colégio – Wes contou que não era muito bom em nenhuma matéria, era franzino e com um comportamento considerado mais afeminado. Os quadrinhos, então, viraram uma forma de escapar para um universo de fantasia, uma espécie de abrigo emocional. Hoje, o cara é o autor da página Manifesto dos Quadrinhos onde ele usa o talento com o lápis para contar histórias e traçar um retrato sobre as situações de LGBTfobia e opressões em geral. Com postagens novas toda terça e quinta-feira, o jovem ilustrador fala sobre questões importantíssimas como violência familiar, preconceito velado e identidade de gênero.
Wes cresceu em um cidade hostil de São Paulo e estudava um colégio com infraestrutura precária. Lá, ele conta que foi espancado diversas por outros alunos e, com apenas 13 anos, chegou a ser esfaqueado por ser considerado feminino e educado demais. “Isso deixou marcas, tanto físicas como emocionais, praticamente irreversíveis para o meu psicológico. Os quadrinhos vieram como um recurso para que eu pudesse falar disso, como uma terapia e uma denúncia, não só sobre a violência que sofri, mas também que a comunidade LGBTT como um todo sofre. Eu estou pondo as feridas da LGBTTfobia à mostra, ao invés de cobri-las com ataduras esperando que curem silenciosamente”, contou. Se liga nos trabalhos dele:
1. Quem chora pelas travestis?

2. Mariana não teve colo

3. Diálogos da visibilidade circunscrita

4. Semiótica do afeto amordaçado

5. Semiótica do “tenho até amigos que são”

6. Semiótica dos ciclos

7. Lavat

Curtiu os trabalhos do cara? Continue acompanhando os desenhos de Wes Nunes na página de Facebook dele e no site do Manifesto dos Quadrinhos.
Fonte: http://elastica.abril.com.br/os-quadrinhos-de-wes-nunes-sao-um-soco-no-estomago-para-quem-ignora-a-lgbtfobia