Não é incomum numa escuta ativa (e atenta!) aos pacientes com dor pélvica crônica traços do caráter compulsivo surgirem. Posturas inibida, de autocontrole e depressiva são comuns.
Em especial o autocontrole repercute mais especificamente sobre a pelve e o assoalho pélvico. Não é incomum encontrar na história da infância desse paciente, a rigidez e precocidade dos pais ou cuidadores demasiadamente zelosos, no processo do desfralde, exigindo um controle esfincteriano num momento de imaturidade.
Esse controle excessivo é transferido aos músculos do assoalho pélvico levando-os a um padrão de rigidez, hipertonia e hiperatividade. Esses músculos tornam-se incapazes de relaxar, podendo gerar uma sensação constante de peso e dolorimento na região do períneo, dificuldade para urinar e/ou avacuar, chegando a apresentar em alguns casos disfunções sexuais.
Não é do escopo profissional do fisioterapeuta a abordagem psicoterapêutica do paciente. Porém uma escuta qualificada é extremamente útil na formulação do plano terapêutico do paciente e no acionamento da rede de apoio multiprofissional. Proporcionando assim, um tratamento integral focado na pessoa, e não na queixa, na doença.
Considerar a singularidade da experiência do paciente com a sua queixa, com o seu processo de adoecimento, mesmo que estas sejam frequente nos consultórios, é o primeiro passo para para uma abordagem biopsicossocial da dor pélvica crônica.
Mauro Barbosa Jr (CREFITO 2: 78585F)
Mestrando em Ciências – Pós-graduação em Ciências Médicas/UERJ – pesquisa em saúde sexual masculina, Fisioterapeuta da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro. Responsável pela ambulatório de fisioterapia em saúde sexual masculina na Clínica Vivace, Membro da Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana, Professor das pós-graduações da InterFISIO e Universidade Castelo Branco, módulo de saúde masculina.
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