A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, se caracteriza pelo desgaste emocional e físico de uma pessoa que trabalha de modo exagerado.
Em uma sociedade que cobra muitos resultados, em que temos que ter o máximo de eficiência no menor tempo possível, lidar com o estresse rotineiro, trabalhar sobre pressão, cumprir metas, nunca “podemos errar” e ainda somos valorizados se trabalhamos além do nosso horário mesmo sem ganhar a mais por isso, acaba gerando comportamentos disfuncionais que sobrecarregam nosso corpo e a mente. Temos que ser sempre o melhor, o mais eficiente, o mais “tudo”.
O trabalho passa a ser nossa única “função” na vida e, mesmo que haja uma dedicação excessiva e uma autocobrança exagerada, é comum que o resultado acabe perdendo qualidade, o que consequentemente gera um sentimento de fracasso e incompetência do trabalhador, que entra em um ciclo vicioso.
De acordo com um levantamento realizado pela International Stress Management Association (ISMA), 30% dos trabalhadores brasileiros apresentam sintomas de burnout. Entre as profissões de riscos estão os profissionais de saúde, jornalistas, advogados, professores, psicólogos, policiais, bombeiros e carcereiros.
Segundo os psicólogos Herbert Freunberger e Gail North, há 12 estágios que compõem essa síndrome, incluindo:
- Compulsão em demonstrar seu próprio valor: A pessoa quer, o tempo inteiro, mostrar que está fazendo seu trabalho com excelência;
- Incapacidade de se desligar do trabalho: Sempre checa e-mails, mesmo se for antes de dormir; trabalha finais de semana e, mesmo em momentos em que não deveria estar com a mente na profissão, como o aniversário de um filho, ele continua com a mente por lá;
- Negação das próprias necessidades: O trabalhador deixa de almoçar, dorme menos do que o necessário, perde momentos de lazer para ficar focado no trabalho. É comum que a pessoa fique angustiada quando não está trabalhando, como se tivesse o sentimento de inutilidade;
- Fuga de conflitos: Mesmo percebendo que há algo errado, a pessoa evita enfrentar a situação.
- Reinterpretação de valores pessoais: Nada na vida passa a ter importância, somente o trabalho. Confiança e autoestima só aparecem se houver resultados;
- Intolerância: Devido ao foco excessivo no trabalho, a pessoa se torna intolerante com os outros, passando a enxergar colegas de trabalho como preguiçosos, incompetentes e indisciplinados;
- Distanciamento da vida social: Os momentos sociais acabam ficando restritos ou inexistentes.
- Mudança de comportamento: A pessoa se torna apática e fica muito diferente do que já foi um dia. Sintomas como medo e agressividade também são comuns e essas alterações são percebidas pela família e amigos;
- Despersonalização: A pessoa não enxerga os próprios valores e nem necessidades;
- Sensação de Vazio: O trabalhador se sente constantemente desconfortável, recorrendo a escolhas disfuncionais, como drogas e álcool, para tentar preencher esse vazio emocional;
- Depressão: Apatia, vontade de não fazer nada, e todos os sintomas da doença aparecem aqui;
- Burnout: Por fim, a pessoa chega em um colapso físico e mental, tende a ter pensamentos suicidas e tem sentimentos negativos exagerados, como agressividade ou tristeza. Caso a pessoa esteja nesse estágio, é imprescindível uma ajuda psiquiátrica quanto antes para controlar as emoções.
Entre os principais sintomas de quem está em Burnout incluem:
- Cansaço excessivo, físico e mental.
- Dor de cabeça frequente.
- Alterações no apetite.
- Insônia.
- Dificuldades de concentração.
- Sentimentos de fracasso e insegurança.
- Negatividade constante.
- Sentimentos de derrota e desesperança.
- Sentimentos de incompetência.
- Alterações repentinas de humor.
- Isolamento.
- Fadiga.
- Pressão alta.
- Dores musculares.
- Problemas gastrointestinais.
- Alteração nos batimentos cardíacos.
Apenas um profissional capacitado poderá avaliar se você está, ou não, sofrendo com a síndrome de burnout, já que muitas vezes ela é confundida com outros problemas emocionais, como a depressão e o estresse.
Um psicólogo, em especial da vertente cognitivo-comportamental, poderá auxiliar a pessoa a ter uma visão mais “leve” sobre o trabalho e evidenciar que aquele comportamento é disfuncional. O ser humano não foi feito apenas para produzir, e é necessário ter uma vida equilibrada para que a pessoa seja saudável.