O amor patológico é uma condição em que uma pessoa tem um relacionamento amoroso e estabelece, sob a perspectiva da psicologia, um vínculo não saudável com seu parceiro. Ao invés de ambos crescerem com o relacionamento, o “amor” acaba sendo uma fonte de desprazeres, angústias e temores.
Segundo um artigo do Hospital Santa Mônica, o amor patológico causa alterações cerebrais e funciona como uma droga, que só te faz mal, mas você é dependente. Esse amor doentio não é restrito a casais, pode atingir pais, irmãos e até amigos. Algumas mães gostam tanto dos filhos que acabam com o relacionamento amoroso deles e alguns amigos têm ciúme doentio pelo outro.
Pesquisas mostram que as áreas do cérebro que são ativadas quando se está interessado por alguém são as mesmas da obsessão. É uma sensação química e quando o amor passa a ser doentio, a pessoa tem crises se está longe ou sem o parceiro, tem sentimento de culpa. É como se fosse uma droga que não se pode ficar sem.
No entanto, é difícil perceber o limite saudável de uma relação ou quando está começando a “sair do controle”, especialmente pelos valores culturais que nós temos em que o “exagero de sentimentos” é equivalente a uma demonstração de amor. Ainda mais no início, quando um casal está apaixonado.
No entanto, se a pessoa não se sente bem e o parceiro começa a ter comportamentos abusivos, acaba funcionando como uma “bola de neve”, com comportamentos cada vez mais compulsivos, mais impulsivos e mais destrutivos que, em alguns casos, pode chegar a tragédias, como homicídios ou suicídios.
Segundo a psicoterapeuta e pesquisadora do Ambulatório do Amor em Excesso (Amore) da USB, Eglacy Sophia, há alguns sintomas do amor patológico:
- Sintomas de abstinência (como angústia, taquicardia e suor) na ausência ou no distanciamento (mesmo afetivo) do amado;
- O indivíduo se preocupa excessivamente com o outro;
- Atitudes para reduzir ou controlar o comportamento de cuidar do parceiro são mal-sucedidas;
- É despendido muito tempo para controlar as atividades do parceiro;
- Abandono de interesses e atividades antes valorizadas;
- O quadro é mantido, apesar dos problemas pessoais e familiares.
Uma pessoa que sofre de amor patológico precisa de um tratamento com psicólogo para diminuir seus comportamentos impulsivos e ter uma relação mais saudável com o parceiro. Não há relacionamento amoroso que resista a um comportamento disfuncional.