O abuso reativo é a reação de uma pessoa a uma sucessão de comportamentos insultuosos, provocadores, controladores, manipuladores e opressores de uma pessoa, sendo muito comum em relacionamentos abusivos.
Segundo a psicóloga Paula Monteiro, é aquele típico comportamento em que a pessoa “explode” com o abusador depois de muito “segurar”, tentar “compreender” e ser paciente para evitar conflitos. Ela acaba levando a culpa pelo comportamento ruim, tanto do abusador, quanto das pessoas em volta.
“Abusadores vêem o abuso reativo como um prato cheio, e usam o seu momento crítico para fazer gaslighting e te tornar o vilão da história. Quando você finalmente explode, o abusador geralmente diz coisas como:
-Você está agindo como um maluco!
-Olha o que você faz comigo. Você é um monstro!
-Você é doente, não está bem da cabeça!
-Você precisa tomar o seu “remedinho”
-Viu o que eu tenho que aturar?”, diz Monteiro.
Como a vítima fica fragilizada por estar sendo manipulada emocionalmente ao longo de muito tempo, ela tende a se sentir culpada pelo abuso reativo e a situação tende a se inverter: ela quem sente que está abusando e vira o “monstro” da história. Dessa forma, a pessoa que tem o comportamento verdadeiramente abusivo acaba tendo “mais munição” para justificar os comportamentos abusivos.
O abuso reativo não é a forma mais adequada de lidar com a pessoa abusiva, e o fato de alguém chegar ao nível da agressividade, verbal ou física, para se defender das opressões numa tentativa de sobreviver e não ser engolida por alguém, leva ao questionamento se vale mesmo a pena continuar convivendo com aquela pessoa opressora.
Caso a pessoa esteja vivendo este tipo de relação e não consegue sair deste sistema, vale procurar um psicólogo para que a vítima consiga reencontrar sua autoestima e autoconfiança.